De passagem por São Paulo, a
dupla Victor & Leo recebeu a reportagem da Billboard Brasil num hotel cinco
estrelas localizado na zona sul da cidade. A caminho de um show em São Bernardo
do Campo, na região do ABC, a dupla conversou por partes: primeiro Victor e
depois Leo. Era um indicativo de que, apesar de ser uma dupla dividindo palcos
e estúdios desde 1992, os dois têm personalidades e opiniões totalmente
diferentes. Isso não impede, porém, que o trabalho realizado alcance um
estrondoso sucesso em todo o país.
Já são 11 CDs e 3 DVDs ao vivo.
Logo depois de lançar Irmãos, a dupla faz um balanço na carreira. Victor fala
sobre suas influências no blues e Leo conta as mudanças pessoais e
profissionais pelas quais passou nos últimos anos.
Acho que a gente pode começar a
conversa com três unanimidades: Sérgio Reis, Renato Teixeira e Almir Sater. São
as bases do som de vocês?
Dá pra dizer que sim no que diz
respeito à minha musicalidade. Porque se você for olhar a música sertaneja mais
popular, depende do período. Por um bom tempo, Tião Carreiro & Pardinho e
Tonico & Tinoco formataram a coisa. Depois, Chitãozinho & Xororó e
Milionário & José Rico… tem uma dupla chamada Leo Canhoto & Robertinho,
que pouca gente conhece. Mas esses caras ditaram um conceito pro sertanejo. Depois
João Mineiro e Marciano e Trio Parada Dura… eles temperaram, botaram uma
pimenta na coisa. E depois veio o período “Amigos”, né, que foi outra coisa,
com Zezé di Camargo & Luciano, o próprio Chitãozinho & Xororó em nova
fase e Leandro & Leonardo. Esses três começaram com uma linha até um pouco
americanizada da coisa…
Tinha umas referências do
country, umas misturas…
Sim, sim. Mas em primeiro lugar
eu vou falar uma coisa pra você que até hoje eu não tinha concluído. Eu e o Léo
somos uma dupla em que cada um tem uma musicalidade completamente distinta um
do outro. A minha musicalidade não bate com a do meu irmão em muitas coisas.
Até existem pontos coincidentes. Não sei nem como a gente é uma dupla [risos].
Ou talvez seja por isso…
Mas por que isso? Ele ouvia
coisas diferentes de você?
Ainda ouve. Pelo fato de sermos
irmãos e estarmos juntos em diversos ambientes acabamos ouvindo algumas coisas
parecidas. Mas somos muito diferentes. Quando eu gostava muito de Scorpions e
Duran Duran, o Leo gostava muito de Guns N’ Roses. Eu até ouvia também, mas
minha história era outra. No final dos anos 1990 eu ouvi Stevie Ray Vaughan,
descobri o blues e isso foi catártico pra mim. Eu não sabia que existia aquilo.
A minha caipiragem continuou, mas agora paralela a outro lado com uma pegada de
violão mais rebuscada, que já estava em mim mas foi despertada com Stevie Ray,
B.B. King… e fui atrás de outras coisas como Buddy Guy e John Lee Hocker com
aquela coisa roots dele… Eu me apaixonei profundamente. Tanto que meu sonho de
extravasar minha arte por meio do blues foi realizado agora nesse novo DVD. A
gente já vem tocando no show antes de lançar o DVD e todo mundo tem gostado. E
as pessoas não conhecem blues no Brasil. Eu falo da massa.
Sim, é algo de nicho, público
pequeno…
Pra massa o que é blues? Há quem
ouça essa música e a referência máxima que eles têm é Elvis Presley. “Isso é
Elvis? Não, isso é blues!” [risos]. Mas tem a ver também porque ele veio da
música negra e tal. Então a cadência musical da dupla tem essas diferenças.
Fomos criados no mesmo lugar e vivemos muito o bucolismo mineiro. Fomos criados
na gema mineira, um lugar na Zona da Mata que não faz fronteira com outros
estados. Por exemplo, Montes Claros é uma cidade mineira-baiana. Uberlândia é
mineira-goiana. Eu nem posso falar isso, senão eles me batem [risos]. Mas é
fato. E assim vai. Já onde a gente foi criado, era mineira-mineira. Ali se
ouvia o que se vivia. E quem falava dessas coisas de uma maneira mais rebuscada
era Almir Sater e Renato Teixeira. O Sérgio Reis, apesar de não compor muito,
gravou todo o cancioneiro folclórico regional do sertão e falava tudo o que a
gente vivia. Até que eu descobri que eu podia inventar música. Eu não sabia o
que era compor. Não existia internet pra eu pesquisar e não tinha ninguém ali
pra eu perguntar. Então a minha ideia foi puramente essa: vou inventar uma
música porque eu não quero mais cantar música que já tinha sido inventada. Pra
minha pureza ali era a invenção, né, como seu eu fosse o primeiro compositor do
mundo. Tanto que, quando fiz a minha primeira música, eu não me dei conta de
que podia esquecer a melodia e a letra dela minutos depois de eu a ter
inventado – e esqueci. Passei um aperto danado quando fui mostrar pra minha
mãe!
Deu branco!
Já tinha 15 minutos que eu tinha
feito, mas eu não conseguia mais voltar ao que eu tinha inventado. Fiquei um
tempão tentando reelaborar, lembrar… aí eu gravei por pura necessidade, não por
praxe. E depois tudo que eu fui vivendo foi por necessidade. O ato de compor é
uma necessidade, não é um querer. Eu não quero compor, eu necessito. Por isso
eu digo que o reflexo da nossa musicalidade é individualmente duplo, hoje um
pouco mais do que antes. Quando nosso repertório era só composto por músicas
minhas, meu irmão dizia: “Ah, não vamos colocar essa agora, vamos com aquela…”.
Mas eram minhas. E quando ele começou a compor e criar mais arranjos a coisa
ficou mais delicada e o resultado é esse DVD. Começou com o Viva Por Mim, álbum
de 2013, e em 2014 saiu uma coletânea com uma música inédita dele, produzida
por ele, e uma minha, produzida por mim. E nesse DVD, as canções dele, com seus
parceiros e tal, são vestidas por ele e recebem, digamos, uma participação
minha. E as minhas são vestidas por mim com uma participação dele. É uma
participação especial de um nas canções do outro e isso gerou o Irmãos.
E você acha que isso fica claro
ao ponto do fã perceber quais músicas são de quem?
Eu acho que sim. É como se a
minha parte musical fosse a continuidade do Victor & Leo. E a parte dele é
nova na dupla. Porque Victor & Leo é um nome que se formou a partir de
composições minhas, apesar das minhas composições não serem tendenciosas. Eu
não ouço rádio e não vejo TV há anos.
É mesmo? Só lê?
Livros, filmes e documentários.
Por quê? Pra ficar limpo de
referências?
Exatamente. Pra que eu tenha uma
arte “limpa”. Aquela que surge, “budisticamente” falando, depois da meditação.
Depois que você medita vem um pensamento limpo. Porque ele é puro, não vem de
uma lembrança ou de um raciocínio, ele vem do nada. Porque depois que o nosso
trabalho ficou num nível nacional, foi muita informação.
Um documentário do Dire Straits,
que foi uma das grandes referências que eu tive fora do sertanejo, talvez a
primeira, quando eu tinha 12 anos, influenciou a minha técnica. Eu tenho o dedo
indicador mais curto e ele virou um segurador de palheta. E esse modo de tocar
parecia estranho aos olhos dos outros. Quem tinha aula de violão falava que era
errado. E eu pensava: “Como é errado se a sonoridade que eu tiro é agradável?”.
E quando eu vi o Mark Knopfler tocando com o dedo, tirando sons lindíssimos, eu
falei: “Não é igual, mas ele também faz ‘errado’”. E é lindo de se ouvir e eu
me identifiquei. No documentário, ele disse que largou o Dire Straits antes de
uma turnê mundial, deixou de ganhar muito dinheiro, mas preservou um lado que
estava morrendo, que era o de observador. Como compositor eu também sou
observador, detalhista. Eu não olho pras coisas, eu enxergo. E esse modo de
enxergar sutilmente o que a maioria das pessoas não enxerga é o que dá
capacidade de compor, transformar um sentimento numa música. E depois que você
se torna conhecido, você sai da condição de observador e passa a ser observado.
Isso é muito ruim, deteriora o senso, é corrosivo. Então eu tento purificar a
minha origem.
No blues, as letras são
dramáticas, falam de amor e sofrimento, que são temas trabalhados muito bem
pelo sertanejo. Foi isso o que te pegou ou foi a sonoridade mesmo?
Apesar de eu saber da
dramaticidade, eu me identifiquei muito mais com o som. Aquele som sujo, meio
largado. Como é possível tocar daquele jeito, tudo sujo, mascado, largado… e
lindo? E sair uma coisa que não dá pra ficar sem ouvir? Aquilo pra mim foi um conforto,
um alívio pra alma. Esse blues que está no novo trabalho não é romântico, ele
enfatiza uma ideia de vida. Mas tem a dramaticidade. Há momentos inevitáveis em
que o coração da gente pede respostas. E uma hora em que a gente diz que não
entende a vida e chora. “Eu que sempre tive o que dizer” – e hoje todos querem
dizer alguma coisa – “hoje ouço em silêncio. Levei tempo pra entender que só o
tempo nos ensina a viver”. Essa música me alivia. Tem outra música – “Deus E Eu
No Sertão” – que surgiu no momento em que a gente saiu do interior e foi pra
capital, Belo Horizonte. Foi sofrido pra um caipirinha como eu, que até hoje
anda de canivete no bolso, lidar com aquela urbanidade. Aí eu fiz essa música
porque ela me levava de volta pro ninho.
A dupla mudou muitas vezes: do
interior de Minas pra BH, depois pra São Paulo e agora a “sede” é em
Uberlândia. Essas mudanças afetaram a forma da composição da dupla?
Eu sempre estive com a cabeça e o
coração no interior. A inquietação sempre foi a alma daquilo que eu compus.
Quando você conhece alguém e aquilo vira uma paixão, é inquietante. E quando
você não está mais com essa pessoa e sente saudade, é inquietante. Te faz sair
de onde você está pra encontrar com ela. E estar fora da gema é inquietante.
Então eu sempre estou compondo pra lá. Tô sempre indo pra uma casinha com fogão
de lenha, dentro de mim. Essas mudanças bruscas de ambiente sempre mexeram
muito comigo e com a minha caipirice. Quando viemos pra São Paulo era o
recomeço, uma mão na frente e outra atrás. E quando o trabalho começou a ficar
conhecido eu vi isso de uma forma inusitada. Porque a gente estava num momento
em que eu me via absolutamente vitorioso por viver de música tocando em bar.
Pra mim já era o sucesso. Comprei um carrinho, simples, e já era um grande
sucesso, representava alegria e satisfação. Na verdade, eu sinto prazer nas
coisas básicas: comida sem tempero e café sem açúcar. E quando começamos a
borbulhar com nosso trabalho, havia um papo de que “a música sertaneja no
Brasil nunca mais ia rolar”. Tinha o Bonde do Tigrão, funk, essas coisas…
Ali, dupla sertaneja tinha virado
uma coisa “antiga”, né?
Pois é. Mas eu estava vivendo
bem. Terça, quinta, sexta e sábado a gente tocava em lugares ótimos, com o
público cantando as minhas canções de um disco independente. Gravamos no final
de 2005 um CD ao vivo, com ingressos esgotados e com pessoas que não precisavam
ser instigadas a cantar nada, elas cantavam porque amavam aquilo. E a coisa foi
se espalhando. Logo começaram a chegar e-mails de radialistas pedindo nossas
músicas em mp3 porque eram as mais pedidas. “Pô, ‘A Vida Boa’ é a música mais
pedida da minha rádio e eu nunca toquei, vocês podem me mandar”. E eu mandava.
Chegou um momento em que eu disparava 50 e-mails por dia pra radialistas de todo
o Brasil, que me pediam as músicas. E hoje a gente sabe que não funciona mais
assim… tem que pagar pra tocar. A coisa começou a andar e um radialista de
Uberlândia contratou um show nosso. A gente achou que não ia tocar pra ninguém.
Foi em 22 de setembro de 2006. Tocamos aqui em São Paulo e fomos de carro pra
lá. Chegamos ao hotel e toda hora passava um carro tocando música nossa. A
gente achou que o cara da rádio tinha armado isso, mas, quando saímos do hotel,
o trânsito estava uma loucura e era tudo pro show. Aquilo foi incrível. E o
contratante nos apresentou ali mesmo o Alexandre Mello pra vender nossos shows,
que é nosso empresário até hoje. E aí escolhemos ficar em Uberlândia, porque
era um lugar central, fácil de viajar pra qualquer lugar do Brasil. Chegamos a
fazer 230 shows em 2007, 220 em 2008… se fosse hoje eu não faria nem ferrando,
porque é muito desgastante.
Mas era o que o momento pedia…
Se eu tivesse a experiência de
hoje, não tinha deixado. Chegava no final de semana sem aguentar cantar
direito, falar… nada. E aí outros nomes começaram a surgir a partir dessa cena.
Todas as duplas que surgiram a partir de 2009 vieram a partir desse movimento.
Hoje grande parte das duplas não
se preocupa mais em lançar CDs, lançam músicas. Vocês ainda têm essa
preocupação com o disco?
Eu me preocupo sim. Eu tenho uma
alma questionadora. Então eu me sinto inquieto numa sociedade como a nossa,
carente de referências. E eu pretendo estar entre os poucos que se preocuparam
em ser uma referência saudável nos tempos atuais. Esses dias mesmo eu estava
conversando com uma pessoa e ela me disse que somos os mais novos entre os
velhos e os mais velhos entre os novos. Então, quando eu vejo uma sociedade
escassa intelectualmente, politicamente, de polidez mesmo, educação… eu tento
compensar isso de alguma maneira. No meu Instagram, por exemplo, eu instigo o
raciocínio. Eu não quero saber de seguidores, quero saber de gente que pensa. E
o perfil é fechado, tem que pedir pra entrar lá. E se falar merda vai ser
bloqueado. E a cada 100 que entram, 40 saem… porque não se interessam pelo
conteúdo, pelos poemas. Não tem foto da minha casa. Uma professora me falou que
usou um texto meu didaticamente e isso foi demais, me incentivou. E o lance é
dar continuidade a isso, usar a arte como um conceito real e resistir aos
tempos atuais em que as pessoas usam a arte para se promover. Eu prefiro me
usar como um instrumento pra promover a arte.
A dupla se preocupa também com o
lado empresarial da coisa, já foi independente e tal. Como é isso pra você?
No meu caso, não. Eu só me
preocupo com o que está acontecendo durante o show. Antes e depois não. O que
me interessa é a música e o lado empresarial me atrapalha muito, me ocupa um
tempo que deveria ser do ócio produtivo de todo artista. Aí entra o meu
empresário, que tem um escritório muito bem estruturado. Como eu estou de
costas para as tendências e para o mercado, meu irmão está de frente.
Vocês fizeram várias trilhas de
novelas. Como isso impactou na carreira?
A gente já estava numa levada
muito forte, as pessoas já conheciam a dupla. O disco Borboletas, de 2008, tem
três canções de novela. O Benedito Ruy Barbosa ouviu “Deus E Eu No Sertão” e
mudou o tema de abertura de Paraíso pra colocá-la. A música tem que falar
alguma coisa para as pessoas, não adianta somente estar na novela.
[Nesse momento, Leo entra na
sala. Os irmãos se cumprimentam e Victor sai. Já estão próximos da hora de sair
do hotel e ir para o show. Continua o papo com o Leo]
Comecei o papo com o Victor
falando sobre influências. Vocês têm nomes bem diferentes entre suas
referências, mas acho que Sérgio Reis, Almir Sater e Renato Teixeira são
unanimidades, né?
Isso, é o tempero folk sertanejo
raiz do Brasil. Tem também Zé Ramalho, Alceu Valença, Zé Geraldo… desde criança
a gente ouve isso. Tinha o Trio Parada Dura, que era trilha na fazenda com os
trios e tal. Se formos falar de outras referências, aí o lance é outro mesmo.
Eu ouço rock desde criança. Antes de cantar com meu irmão, eu cantava numa
banda de baile que tinha Nirvana, Guns N’ Roses e Scorpions no repertório. E
veio Eric Clapton junto. Agora tem Coldplay. Eu gosto muito de pesquisar e
pegar esses temperos novos que existem no mercado. A palavra-chave hoje é
“mistura”. Então nas minhas origens tem eletrônico, hard rock, R&B e dentro
do estúdio eu vou buscando esses elementos.
As pessoas hoje ouvem de tudo. O
próprio sertanejo vem se misturando um pouco, com o pagode e o funk, por
exemplo. Mas não é muito a praia de vocês. Por quê?
Não. Eu particularmente busco alguns
elementos de outros gêneros, mas que são próximos do sertanejo, do mesmo
universo.
Vocês tocaram em 2009 no Planeta
Atlântida, que até então era um festival de rock. Foram os primeiros sertanejos
naquele palco…
Isso, fomos os primeiros lá.
E nesse ano teve um boom do
sertanejo, né?
A gente surgiu em 2006. Em
2007/2008 houve uma mudança grande no sertanejo e fizemos parte disso. Muitas
baladas, as músicas tocando mais no rádio, mais festivais acontecendo e
estivemos em todos. Estivemos também no Festival de Inverno da Bahia… num dia
estava o Frejat, encontramos com ele e foi muito bom. E mostramos que é
verdadeiro. Quem tá na música reconhece isso.
O Victor comentou sobre o blues
no disco de vocês. Que outros elementos estão lá?
Acho que a função do disco é
evidenciar esses dois afluentes, que somos o Victor e eu, cada um pra um lado,
mas que terminam num mesmo rio, o Victor & Leo. Os últimos discos eu
produzi sozinho, mas nesse fica bem claro o que é meu e o que é dele. Nos
últimos quatro anos eu mudei muito o meu jeito de vestir, o jeito de cantar e
comecei a compor também. Foi uma mudança muito grande, interna. Foi tão forte
que eu não conseguia mais ser como antes. Influências da infância, de repente,
do tempo do rock… isso estava escondido lá no fundo e foi ficando mais
evidente.
E teve um marco nessa sua mudança
ou foi um processo?
Foi um processo e eu até me
excedi um pouco na forma de me vestir e de me portar no palco. E foi natural, a
gana de mostrar algo novo, aquele momento de me encontrar. E como eu não tenho
medo de nada, gosto de desafios, não tive medo. Subia no palco e fazia. As
pessoas estranharam no início, gerou uma certa polêmica… mas eu não me
incomodei. Uma hora ou outra as pessoas iam entender e hoje entendem. Até
pessoas que estranharam hoje vêm conversar comigo. Sempre gostei de artistas
que souberam se reposicionar no mercado, como a Madonna, o U2… se reinventaram.
Passaram por momentos oscilantes, mudaram e se colocaram no mercado novamente.
O próprio Capital Inicial aqui no Brasil. Gino & Geno, que ficaram famosos,
sumiram, se repaginaram e conquistaram o público novamente. Chegar ao sucesso é
difícil. Mas manter o sucesso é inúmeras vezes mais difícil. O capitalismo
entrou na cena de forma exagerada, escancarada… então, se não trouxer algo novo
a cada trabalho, você é esquecido. E é uma necessidade minha mesmo,
independentemente do mercado. Eu não consigo fazer algo que eu já fiz. Gosto e
preciso de coisa nova.
E como você imagina Victor &
Leo e a cena sertaneja daqui dez anos?
Eu e o Victor sempre tivemos a
intenção de ter uma carreira duradoura. Porque a gente adora o que faz. Pra
isso, a gente tem que estar sempre inovando e aprendendo. No dia em que você
pensa que está tudo bem é porque está disposto a cair, andar pra trás. Então
estamos sempre dispostos a aprender. Por isso eu acredito que, ainda por um
longo período, as pessoas vão ter que nos suportar. Vão ter que nos engolir. Se
depender de mim.
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