Nenhum pai passa por condições tão extremas para assegurar a vida de seu filhote quanto o pinguim-imperador. Os machos permanecem na Antártica após todas as criaturas, que estavam ali para aproveitar o verão, partirem. Eles precisam ficar, pois cada ave guarda um tesouro. Em uma bolsa especial, localizada acima dos pés, está o ovo concebido por sua parceira.
Não há comida, nem água e o sol só voltará a brilhar dali a quatro meses. Ventos fortes fazem a temperatura cair abaixo dos 70ºC negativos e forçam os pais a se agruparem para suportar a atmosfera congelante.
Quando os primeiros raios de luz surgem no horizonte, os piados quebram o silêncio. Os filhotes, que acabaram de nascer, estão famintos. Como um último esforço, os incansáveis pais – que já perderam metade do seu peso – produzem uma secreção proteica semelhante ao leite, capaz de sustentar o pequeno pinguim pelo menos durante uma semana. Tempo suficiente para as mães voltarem de sua pescaria de dois meses trazendo peixes para seu marido e seu novo filho. A partir daí, pai e mãe começam um revezamento. Enquanto um sai para pescar o outro cuida do filhote, e a família permanece reunida para garantir a independência do pequeno.
(Fonte: Abril/National Gegraphic-Foto: iStockphoto) / Instagram: @victorchaves