A dupla Victor & Leo é puro entrosamento e simpatia nos palcos. Fora deles, Vitor e Leonardo mantêm sempre o sorriso no rosto, mas são completamente diferentes um do outro
Fotos André Schiliró
Produção Cuca Ellias
Produção Cuca Ellias
Ao longo de mais de três horas da sessão de fotos deste ensaio, foi ficando cada vez mais claro para a reportagem de PODER que a única coisa que mantém a dupla Victor & Leo firme e forte é o fato de os dois serem irmãos. Não que eles não se deem bem, longe disso. São companheiros e carinhosos um com o outro o tempo todo, mas têm personalidades, estilos, hobbies, gostos e opiniões completamente diferentes. “O que nos mantém juntos é amor de irmão. Se não fosse isso, não estaríamos aqui”, admite Victor. “Para mim, é o fato de termos passado por tantas dificuldades durante esses 23 anos de carreira e também de termos nos divertido tanto juntos, principalmente antes da fama”, completa Leo.
Nascidos e criados na pequena cidade de Abre Campo, interior de Minas Gerais, Vitor – assim mesmo, sem o “c”, que foi colocado apenas no nome artístico para diferenciar o profissional do pessoal – Chaves Zapalá Pimentel, hoje com 40 anos, e Leonardo Chaves Zapalá Pimentel, 38, são filhos de um gerente de banco e de uma dona de casa e netos de fazendeiros, o que fez com que a infância dos dois acontecesse em meio ao barro das criações e plantações ao som de clássicos sertanejos, como Sérgio Reis, Renato Teixeira e Almir Sater. Logo os mineirinhos estavam de violão em punho, cantando em barzinhos e casas noturnas na região e, mais tarde, em Belo Horizonte – a pouco mais de 200 km de Abre Campo – e São Paulo. “Os primeiros anos foram difíceis. Um pouco antes de a gente ‘estourar’, houve momentos em que duvidei que daria certo e por isso nunca fechei as portas para outros negócios, cheguei a prestar vestibular para comunicação”, conta Leo. “Eu não, eu amava cantar nos botecos, sempre amei”, contrapõe Victor. Inúmeras vezes eles ouviram promessas de empresários de que o sucesso viria com uma ou outra música, mas as decepções eram frequentes. Foi só em 2006, 15 anos depois de começar a cantar juntos, que a fama chegou para ficar. “Fomos a Uberlândia (no Triângulo Mineiro) para fazer um show e o Coliseu (casa de shows da cidade) estava completamente lotado. Teve gente que não conseguiu entrar, ficou para fora”, lembra Leo. “Foi tão emocionante ver milhares de pessoas cantando nossas músicas em coro que eu chorei, o Victor chorou, o sanfoneiro, o violeiro… Foi um divisor de águas.”
NEGÓCIOS À PARTE
Desde então, o sucesso só cresceu. Foram 13 CDs, 6 DVDs e prêmios a perder de vista, dentro e fora do Brasil. “Mas a maior conquista não é ser autor do disco mais vendido ou da música mais tocada do ano, mas, sim, se manter no topo. É preciso se reinventar sempre e manter o foco e isso é muito mais trabalhoso do que ‘estourar’ com um hit”, afirma Leo.
Separadamente, os irmãos se dedicam a projetos pessoais. Leo tem negócios no ramo imobiliário, cria gado e é dono de uma gravadora que lança jovens talentos da música sertaneja. Já Victor investe apenas em imóveis, tendo a música como principal fonte de renda. Tanto que, por três anos consecutivos (2008, 2009 e 2010), ele foi o artista que mais arrecadou em direitos autorais no Brasil e, nos últimos cinco anos, fica sempre no Top 5. “O curioso é que nunca fiz músicas para outros cantores. Os direitos autorais vêm todos das minhas próprias gravações com o Leo”, explica Victor, que já teve suas canções gravadas por Daniel, Leonardo, Renato Teixeira, Sérgio Reis, Paula Fernandes e Roberta Miranda. E juntos, com a ajuda de um sócio, os irmãos cuidam da Vida Boa, empresa que gerencia a carreira deles. “É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo”, resume Leo.
FARINHA DO MESMO SACO
Recentemente, correram alguns rumores de que a dupla estaria se separando. Talvez o motivo das fofocas seja justamente o fato de eles serem praticamente opostos. Vitor é notívago, sedutor, cita Platão e Aristóteles, mora sozinho em um apartamento e tem livros, filmes, música, pôquer e o gosto por charutos como hobbies. Já Leonardo é do dia, tem esposa e dois filhos, é fã de Michael Jackson, Axl Rose e Freddie Mercury, passa mais tempo na fazenda do que em casa e pratica quase todos os tipos de esporte. Em comum, são espiritualizados, não ligam para dinheiro e são vaidosos – apesar de não admitirem. “Hora nenhuma eu disse nem que vou nem que não vou me separar do meu irmão. Não sei por que as pessoas falam isso, não devem ter o que fazer!”, reclama Victor. “A gente só vai ficar juntos enquanto quiser, só eu e ele somos capazes de decidir isso. Enquanto a gente estiver feliz, vamos em frente”, completa Leo.