Em entrevista à Gazeta do Povo, Victor falou sobre a nova fase da dupla, a fama e o cenário da música sertaneja no Brasil
Com 21 anos de carreira na música sertaneja, os irmãos Victor e Leo iniciam nova fase com seu 11º álbum, "Viva Por Mim", lançado no último dia 30. Primeiro álbum da dupla mineira lançado com todas as faixas inéditas, o trabalho também marca a estreia de Leo na produção.
Em entrevista à Gazeta do Povo por telefone, Victor disse que, diferente dos discos anteriores, mais acústicos e com domínio do som do violão, Viva Por Mim traz uma vertente com influências de soul e pop, com partes eletrônicas, guitarras e teclados. “Era hora de renovarmos nosso som, darmos uma repaginada. O disco é sem dúvidas um divisor de águas para nossa carreira e nosso trabalho como um todo”, diz.
A mudança de gravadora – da Sony para a Som Livre – também contribuiu para os novos ares. Segundo Victor, a novidade os renova e incita a produzir mais. Desta vez foi Léo quem tomou a frente da produção, que nos trabalhos anteriores era coordenada por Victor. O irmão caçula, que há aproximadamente dois anos começou a compor, também assina a maior parte das músicas, em parceria com outros compositores.
Em conjunto, a dupla compôs duas canções do novo disco, “O Tempo Não Apaga” e “Faz Bem se Apaixonar”. A primeira foi composta no camarim de um show em Canoinhas, Santa Catarina. Victor fez os arranjos e o irmão, ouvindo, começou a cantarolar e criar a letra. A música ficou pronta na mesma noite.
Convidados
Viva Por Mim conta com participações especiais de Almir Sater, Bruno e Marrone e Jorge e Mateus. “São músicos de três gerações diferentes”, diz o cantor. Sater estava no toca discos da dupla desde a infância e é influência declarada. Bruno e Marrone fizeram parte do repertório de Victor e Léo no início da carreira, quando tocavam nos bares, além de ser uma parceria sempre muito pedida pelos fãs. Por fim, Victor destaca a admiração por Jorge e Mateus, representantes da nova geração, “eles são muito sérios e melhoram a cada trabalho”, diz.
Mas o artista não é muito fã da segmentação do sertanejo em vertentes definidas, como o atual sertanejo universitário. “A gente tem muitas influências e se eu disser que faço sertanejo puro estarei mentindo”, diz, “independente de rótulos, um artista que tem a devida responsabilidade vai tentar usar a arte dele pra enriquecer a cultura popular”.
Um presente para o Brasil
No quesito enriquecer a cultura popular, Victor também está fazendo sua parte apadrinhando a cantora Nice no lançamento de seu novo disco. Ele e Léo conheceram a artista nos bastidores de um show, quando ela mostrou uma música de sua composição. “Eu fiquei encantado com a voz dela, achei de um talento originalíssimo e de uma textura rara”, elogia.
Imediatamente a dupla a convidou para cantar com eles no DVD Ao Vivo em Floripa e Victor, além de compor arranjos para o novo disco da cantora, tomou a frente na produção do álbum. “Como se fosse um presente pra cultura brasileira, os talentos nobres precisam ser mostrados. É muito mais do que o apadrinhamento, é uma forma de valorizar a cultura da música brasileira com mais um talento”. O disco deve ser lançado ainda neste ano.
Reconhecimento
Em setembro, Victor e Leo receberam a notícia de sua quinta indicação ao prêmio Grammy Latino. Os irmãos concorrem na categoria melhor álbum sertanejo com “Ao Vivo Em Floripa”. Victor comemora o reconhecimento e conta que as indicações estão todas emolduradas na parede. “Imagina quantas centenas de milhares de artistas existem nesse país e no mundo. Se é o quinto álbum de sua carreira indicado ao Grammy, vale por vários troféus”.
A música “Na Linha do Tempo” está pela sétima semana seguida entre as mais tocadas nas rádios do Brasil. “Isso também é um tipo de troféu”, conclui, agradecido.
Ouça a entrevista com o Victor, da dupla
FONTE: Caderno G / Gazeta do Povo