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domingo, maio 31, 2015

Jornal Extra: Leo, que lança novo CD ao lado do irmão Victor, aguarda terceiro filho homem: 'Queria uma menina, mas é amado e bem-vindo'


É um elo que vai além da genética. Não importam tanto as opiniões divergentes, as brigas, as discordâncias. A certeza de estar juntos basta e um sentimento é comum em Victor e Leonardo Chaves Zapalá Pimentel: o romantismo. Esse é o laço que conecta “Irmãos”, novo disco da dupla Victor & Leo, que abusa como nunca do amor como tema de suas composições. O álbum é um reflexo do momento mais maduro dos dois, que são ao mesmo tempo tão próximos e tão diferentes.

Com pinta de galã, Leo, de 38 anos, é casado há quase dez com Tatianna Chaves, mãe de seus dois filhos, Matheus, de 8, e Antônio, de 4. E na entrevista a Canal Extra, feita na fazenda em Uberlândia, em Minas Gerais, o cantor revelou que sua mulher está grávida do terceiro, mais um rapazinho.

— Eu acho que foi bom esse lance de ser menino porque já tem uma competiçãozinha básica entre eles. De certa forma, esse outro garoto vai dividir isso. Se fosse uma menina, ia ser a princesinha de casa. É claro para todo mundo que a gente queria uma menina. Meu terceiro filho, ainda na barriga da mãe, sabe que eu queria uma filha e que a mãe dele também queria, mas ele sabe que é amado e muito bem-vindo. É bom demais, fico até arrepiado — conta.

Agitado para falar sobre seu trabalho como pecuarista, os esportes que ama ou o novo disco, Leo só se acalma ao planejar o futuro em família. Em breve, o casal decidirá o nome da criança, que deve nascer em setembro.

— Temos algumas opções. Eu queria José, a Tati sabe disso. Mas ela quer nomes diferentes. É engraçado que os nomes que eu quero ela não quer. É sempre isso. Ela gosta de Enrico, Henrique, Bernardo. No último filho, ela me presenteou. Antônio é o nome do meu avô, foi uma homenagem.


No lado oposto, a vida amorosa de Victor, de 40 anos, já é um rio mais agitado. As especulações sobre affairs com Xuxa e Paula Fernandes, ambos desmentidos pelo artista, e o casamento-relâmpago de apenas seis meses com a dançarina Claudia Swarowsky, serviram para deixar as águas ainda mais turbulentas. Namorando a empresária Poliana Bagatini desde dezembro de 2014, a maré finalmente amansou. Ele se refere à companheira como “minha mulher” e exibe fotos dela em porta-retratos pela casa.

— De coração, somos completamente casados. Mas quando uma relação é estabelecida de uma maneira concreta, é óbvio que existem planos de casar um dia — simplifica.

Reservados, eles evitam aparecer juntos em público, mas Poliana acompanha a entrevista à distância, gargalhando a cada piada do namorado:

— Eu não namoraria a Poliana se ela não fosse genial do jeito que ela é. E nem ela, se eu não fosse um cara f. (risos).


O título do novo disco, lançado pela Som Livre, não é uma casualidade. Os dois músicos, que dividem a composição das faixas, seguem rumos profissionais diferentes — Leo mais alegre e dançante; Victor mais introspectivo e sereno. No álbum, no entanto, ambos cedem um ao estilo do outro — como um irmão que corajosamente empresta sua blusa preferida só para ver o outro feliz. O diretor do DVD homônimo, que será lançado no dia 10, conta que pensou no nome “Irmãos” já na primeira reunião.

— Eu vi ali que eles tinham uma ligação que eu nunca tinha visto em nenhuma dupla — valoriza Fernando Trevisan Catatau, famoso no universo da música sertaneja: — A relação deles é de muita cumplicidade.

Isso nem sempre significa uma convivência pacífica. Quem está perto dos dois sabe que brigas e discussões são comuns. Às vezes por desavenças, mas em alguns casos por pura implicância.

— No primeiro ensaio que acompanhei, o Leo precisava que o Victor tocasse guitarra de um jeito específico para sua voz ter projeção. Aí ele pediu: “Toca aí, Victor”. E ele respondeu: “Não, não vou fazer. Deixa para amanhã”. Por ser irmão, é mais fácil falar “não” e irritar o outro. Só pra encher o saco mesmo — lembra Catatau.


Mas o climão, para a felicidade de quem acompanha a dupla, dura pouco.

— Você sabe que briga de irmão acaba cinco minutos depois, né? Aí, um já tira uma mexerica do bolso, divide, acabou, quebrou o clima. A vida é assim. Já está claro para todo mundo que não é fácil ser sócio e irmão. Como eu sou movido a desafios, quanto mais difícil, melhor — provoca Leo.

Um dos destaques de “Irmãos”, gravado em janeiro deste ano, são os convidados especiais. A banda Malta, Wesley Safadão e a dupla Victor Freitas & Felipe afastam os artistas do sertanejo tradicional, que ganha uma roupagem mais pop. O momento mais emocionante, segundo eles, é a participação de Milionário e José Rico, que cantam “Estrada vermelha”, composta por Victor em 1995. Foi a última canção registrada por José Rico, morto em março deste ano após um enfarte.

— Quando assisto ao vídeo da entrada deles, ouço a voz dele e me emociono. É a última vez que o cara cantou. É um registro valioso e, na nossa carreira, é um fato histórico. Dedicamos esse trabalho a eles — conta Victor.


Com mais de 3,4 milhões de cópias de discos vendidas em seus 24 anos de carreira, Victor e Leo sabem das consequências inevitáveis da fama — mas elas não são necessariamente bem-vindas. O mais velho opta por lidar o mínimo possível com o que considera o ônus do sucesso e tenta se isolar dentro de casa. Já Leo decidiu viver normalmente, como se não fosse famoso, mesmo que isso signifique pagar um pedágio de dezenas de fotos com fãs ao ir dar umas braçadas na piscina do clube. Sua mulher, ele diz, também encara com tranquilidade o assédio.

— Tati sabe que beijo e foto é uma troca profissional. Não temos conflitos nessa questão. Hoje eu consigo levar uma vida normal. Eu busquei isso. Quando a gente estourou, em 2007, talvez eu tenha me trancado um pouco nesse mundo da fama, me enfiado num buraco, e não colocado a cabeça de fora para descobrir o que tinha. Eu me defendia me isolando. Mas, de uns quatro anos pra cá, mudei interiormente e decidi viver uma vida comum. Tem que ser pessoa também, não adianta ser só artista — explica Leo.


Victor não se dispõe a ceder tanto. Se para ele a privacidade é sagrada, defendê-la virou seu calvário. Em estudo encomendado para medir a popularidade da dupla nas redes sociais, ele descobriu que sua conta no Instagram tem uma alta taxa de rejeição. A cada dez novos seguidores, quatro abandonam sua página. Essa é uma “cruz” que ele se orgulha de carregar:

— Eu defendo minha privacidade e abro só aquilo que eu quero. “Ah, mas você não tem contato com os fãs”. Bicho, eu tenho o contato que eu acho que devo ter. Meu contato maior é através da minha arte.


Mesmo em Uberlândia, cidade que os mineiros de Abre Campo elegeram para morar desde 2007, encontrar um horário para conversar com os dois juntos é tarefa difícil. Leo acorda bem cedo — nas segundas-feiras, depois de chegar do show, emenda o dia na noite. Victor, por sua vez, não existe antes das 13h. Leo fala acelerado; Victor divaga e até filosofa ao responder. O mais novo é apaixonado por esportes; o mais velho, por charutos. Entre baforadas em um desses, Victor confirma:

— A entrevista com o Leo é uma, comigo, é outra.


Canal EXTRA realmente entrevistou Leo antes, enquanto Victor dormia. Os dois preferiram assim porque ninguém seria interrompido e eles não gerariam mal-entendidos.

Diferenças à parte, é ponto pacífico que essa é a melhor fase de suas vidas.

— Não troco nenhum minuto do meu presente por qualquer outro do passado. Certamente estou no auge da minha felicidade — resume Victor.

Leo acrescenta:

— Quando você está disposto a crescer na sua vida, não fica estagnado nunca.



Fonte: Jornal Extra/ Por: Luisa Lucciola / Fotos: Roberto Moreyra/ EXTRA / Agencia: O Globo

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