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sábado, outubro 22, 2016

Além da música: Leo Chaves leva história de vida para os palcos

Para quem tem o costume de ver Leo Chaves nos palcos, cantando ao lado do irmão, Victor, a partir de agora poderá ver um cantor diferente. “O Leo de trás dos palcos”, como o próprio cantor definiu.

Após sucessos e problemas, Leo passou por uma mudança intensa e interna, ainda mais quando o filho mais velho, Matheus, disse ter uma profunda admiração pelo pai, afirmando que ele não era seu amigo, pois não era um pai tão presente.


Foi possível ver o resultado desse fase nos palcos, quando o cantor mudou seu estilo de vestir, dançar, deixando fãs surpresas e críticos com pensamentos de que ele estava usando drogas ou até mesmo acabar com a parceria com o irmão. “Hoje quem criticou, aplaude”, lembrou.

O cantor, estava na última quarta (20.10) no Instituto Tolie Ohtake, onde ministrou a palestra “O que os palcos não contam”, sendo o palestrante surpresa do “Muda – Um dia depois do Amanhã”, que reuniu 10 pessoas influentes de várias áreas, que falaram de temas inéditos e inspiradores.

Leo resumiu o início da sua carreira, o quanto se tornou refém da fama até o momento da história com o filho, quando percebeu que precisava resgatar o Leo do passado. Ele usou as próprias músicas de sucesso para fazer com que os participantes refletissem sobre os assuntos abordados, entre elas “Deus e eu no sertão”.

Apesar de sempre ser reservado junto com o irmão quando o assunto é vida pessoal, Leo disse que não teve problemas com isso. “Não é difícil por duas coisas: o primeiro que eu não tenho a intenção de agradar ninguém. Na vida você tem que pensar antes de agir da seguinte forma: você quer agradar ou quer se realizar e eu não tenho intenção de agradar ninguém. Eu tenho a intenção de me realizar. Segunda: eu não tenho expectativa. No palco eu aprendi a não ter expectativa. E a outra coisa é a intenção. Quando você tem a intenção de fazer o bem e dividir aquilo que foi útil na sua vida, as ferramentas, as quedas, obstáculos e dificuldades as mazelas. Você está fazendo o bem e muitas pessoas passaram pelas mesmas histórias”, explicou.


E quando percebeu que podia ajudar outras pessoas? “No momento em que eu me ajudei”, pontuou. “Todo esse processo começou há uns 3 anos e há 2 eu venho me dedicando a estudar inteligência emocional. Leio muito sobre tudo, ainda mais porque estou à frente de um instituto, onde tenho que ter propriedade para falar. Se eu for fazer, vou fazer direito. Se eu for abordado pelas pessoas, tenho que saber o que falar. Essa foi a mudança”, completou.

Apoio do irmão

Nos agradecimentos, ao final de sua palestra, Leo falou a respeito do irmão, Victor, que não estava presente, mas que, para ele “é 50% de tudo que faço”. E o cantor não deixou de falar que recebeu todo o incentivo de Victor, que está e sempre estará presente ao seu lado.

“Meu irmão me incentivou desde o início. São duas cabeças, não tem como a gente estudar junto, adquirir as mesmas ferramentas. Mas o que cabe a ele nesse momento é me apoiar. E ele está feliz comigo e eu com ele. Tudo o que eu fizer sozinho vai ter 50% do meu irmão e vice-versa. A gente construiu um caminho juntos, uma estrada juntos. De vez em quando pegando estrada esburacada, demos uma voltinha ali, mas sempre voltamos para o mesmo rumo”.


Leo ainda destacou que os dois são diferentes, mas se completam: “Nós somos diferentes, um vai pro norte e outro sul. No palco, as pessoas enxergam isso naturalmente. E eu disse num programa de TV um dia. A gente pode ser mais igual e mais parecido, quando a gente aprende a respeitar as nossas diferenças”.

Projeto educacional

Recentemente, Leo começou um projeto educacional, chamado Instituto Hortense, em Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro, onde vive com a família atualmente. O objetivo é treinar psicólogos, pedagogos e professores para atuar em escolas públicas e rurais para ajudar no desenvolvimento socioemocional de crianças, para que saibam lidar com problemas.

As palestras têm muita ligação com este projeto, segundo Leo. “Eu desejo ajudar as pessoas, a minha intenção é poder ajudar uma pessoa que seja aqui dentro. Se ela sair pensando que isso vai mudar a vida dela, eu vou ficar satisfeito”.

“Estar à frente de um instituto de educação, fazer palestras, dividir minhas quedas com as pessoas é poder investir na humanidade e eu não quero nada em troca”, disse, completando que 20% da renda das palestras que ele ministrar no Brasil será destinado ao instituto.

Fonte: Alto Astral / Por Maraisa Bueno

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