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sábado, junho 14, 2014

Diálogo sobre sardade - (Victor Chaves)!


Diálogo sobre sardade 
(Victor Chaves) 

_Oh, Zé! 
Daquela que bate fundo, desfaz o mundo, alonga segundo e dá até em vagabundo é de que tipi? 
_Ah, dessa, é sardade profunda matadêra. 

_E daquela que dá em sonhadô, tira o dispô, vira os zói do dotô e faz da gente bebedô em curriquêro chororô? 
_Dessa daí, eu sei eu, que é das profunda tamém. E matadêra. 

_Zé, e daquela qui a gente sente só a farta da presença, de mão dada com ausênça, na inocença da crença que intorta doença sem carença de clemença, bate até macia, nem se anuncia e judia mas é até mêi que alegria? Alegria de lembrá de quem num tá. Sabe, Zé? De que tipi é aquela sardade que a gente qué matá, mas sem muita precisança, prosquê deve do ôtro querê por de merma confiança, que morra tamém a que a gente tem, sabeno que morrê morrida de morte morta mermo, ah, essa num vai morrê é nunca? Prosquê até pode quetá, mar começa de novo na hora da hora de chegá a hora de se dispegá. Essa tamém é das profunda matadêra? 
_Né não. É só sardade mermo. Sardade verdadêra.

Fonte: Instagram @vcoficial

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