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sexta-feira, junho 22, 2012

Matéria destaca o trabalho do baixista da dupla Victor & Leo Ivan Corrêa!

Representante da nata do instrumental mineiro, depois de tocar com Marco Antônio Araújo e Milton Nascimento, entre outros, Ivan Corrêa, de 56 anos, acabou se tornando músico acompanhante e diretor musical da dupla sertaneja Victor & Leo. Ele lidera o time de artistas que, rompendo com velado preconceito do meio musical, por questões de mercado, acabou abraçando cada vez mais estilos, independentemente do que escolheu para a carreira solo. Depois do grupo Sagrado Coração da Terra, de Marcus Viana, o baixista também integrou o Edição Brasileira, com o qual gravou, em 1999, o disco instrumental Lua. 

“A mudança para mim foi bem natural. A estética sertaneja da época era calcada no rhythm & blues e folk-country americanos. Era só questão da letra e do dueto. Se tirasse a voz, era uma estética bem universal de banda, com um pé até no rock”, avalia Ivan, que, ao ser convidado para substituir o baixista de Victor & Leo, em 1997, durante show em Mirabela, Norte de Minas, acabaria convocado para dirigir a banda da dupla mineira. A exemplo de Ivan, o multi-instrumentista 

Rogério Delayon também tocou com Victor & Leo. Mas acabou não aguentando o “rojão do mercado sertanejo”. “Você é bem remunerado, trabalha muito, mas tem de abrir mão de muita coisa”, justifica o músico. 
Inclusive musical? “Sim”, responde Delayon, admitindo que, como músico free lancer, às vezes toca um estilo que ele sequer escuta em casa. Para o músico, se o artista é bom e faz música boa – qualidades que ele atribui a Victor & Leo – não importa o gênero ou estilo. “O que vale mesmo é a verdade do artista”, afirma Rogério Delayon, dizendo-se livre do preconceito. Antes de trabalhar com a dupla sertaneja, entre 2009 e 2010, ele tocou com Zeca Baleiro, com o qual fez a turnê do disco Líricas por dois anos. 

ECLETISMO: Time tão privilegiado quanto esse também faz parte da trajetória de Ivan Corrêa, que, antes de chegar à dupla Victor & Leo, tocou nas bandas de Marco Antônio Araújo e Marcos Vianna, além das de Milton Nascimento e Lô Borges. Paralelamente, o baixista gravou com Flávio Venturini, Toninho Horta, Marku Ribas e Vander Lee. “Sempre fui muito eclético, tanto como instrumentista quanto como solista”, avalia o baixista. 

“Já tinha gravado sertanejo e caipira de raiz com Pena Branca & Xavantinho e também feito substituição na banda da dupla João Mineiro & Marciano”, recorda Ivan Corrêa. De 1997 a 2000, ele tocou regularmente com Victor & Leo, que, ao mudar para São Paulo, aguardava a hora de levar o baixista para aquela cidade. “Por sete anos eles me ligavam dizendo que estavam batalhando para me buscar”, relata, salientando que em 2007, com o sucesso nacional, a dupla veio realmente a Belo Horizonte para recrutá-lo para a banda. 

Um mês depois, Ivan coproduziu o primeiro DVD de Victor & Leo – Ao vivo em Uberlândia – seguido da produção de seis CDs – inclusive o feito para o mercado espanhol, que ele também co-produziu, e Borboletas, de 2008, o que mais vendeu. Hoje, segundo Ivan Corrêa, a agenda do segmento sertanejo é muito pesada. “Já na sexta temporada com a dupla, faço mais de 200 shows por ano com eles”, contabiliza o baixista, que acaba de viajar com Victor & Leo para o Circuito São João do Nordeste, no qual farão 12 shows. “A vida da gente é esta: uma média de 18 shows/mês”, relata Ivan Corrêa, que costuma dizer que foi “abduzido” pela dupla. 

“Você fica completamente absorvido. Quando não está fazendo shows, está em estúdio produzindo ou finalizando algo. Hoje, vivo muito mais na estrada, dentro da mala”, relata. “Você percebe o preconceito do meio, se isenta e faz o trabalho da melhor maneira possível”, garante Ivan Corrêa, que diz ter sonhado muito em ser um instrumentista free lancer, um sideman. “Preparei-me muito para isso, pesquisei estilos, sonhei com a estabilidade. Mas para isso foi preciso tocar com todos eles.” Cerca de 20 anos mais velho que Victor & Leo, Ivan admite que a própria relação de amizade entre eles tem algo de paternal. 

Musicalmente, diz o baixista, por três anos Victor foi o maior arrecadador do Escritório de Arrecadação de Direitos (Ecad). “Ele é fiel ao que realmente cria. Não vai atrás de mercado. Como músico, o que mais prezo é a verdade artística que Victor & Leo têm”, conclui. 

FONTE: DIVIRTA-SE UAI.

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